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O PREÇO DA LIDERANÇA

Apesar de Moisés ter passado muitos anos de preparação para liderança, achou-se uma certa vez, numa situação de desespero que chegou até pedir a Deus que o matasse. Situações difíceis assim, muitos líderes enfrentaram. Querer desistir é um inimigo que está sempre diante do líder para destrui-lo.

Como pastor, ordenado com 18 anos de idade, já passei por muitos momentos complicados no meu pastorado, que as vezes pensava em desistir. Não que eu fizesse o problema, mas as pessoas, os liderados, que criavam os problemas. Obreiros movidos por inveja, atrás de posição. Membros não convertidos, que levam a vida fofocando, dizendo o que não viram e falando o que nada sabem. Pessoas que não buscam a igreja para dar a Deus a verdadeira adoração, mas para observa o culto e as demais pessoas. Intrometedores na vida alheia. Nunca foram chamadas para serem pastores, mas querem dizer o que o pastor deve ou não deve fazer. Basta estudar a jornada do povo de Israel e veremos o quando Moisés sofreu. O homem mais manso da terra, por causa do povo, tomou atitudes que o impedira de entrar na terra prometida.

Hoje, com 30 anos de pastorado, sei compreender o que Moisés sentia quando pediu que Deus o matasse.

"Moisés disse ao Senhor: Por que atormentar-me dando-me o fardo de um povo como este? Será que são meus filhos? Será que sou o pai deles? É esta a razão pela qual Tu me deste a tarefa de amamentá-los como bebês, até que cheguemos à terra que prometeste aos seus ancestrais?
Onde devo encontrar carne para todo este povo? Pois choram a mim dizendo: Dá-nos carnes! Não consigo carregar esta nação sozinho! A carga é pesada demais!
Se vou ser tratado por Ti desta maneira, por favor, mata-me agora mesmo; será uma benevolência! Livra-me desta situação impossível! " [1]

Mahoney disse que: “Somente os que já estiveram lá sabem. A liderança tem alguns fardos muito pesados que a acompanham. Moisés estava tão desanimado e deprimido com a situação que ele queria morrer.”

Elias, o grande profeta, também passou por um momento que pediu a Deus que o matasse. E, isto, logo depois de fazer descer fogo do céu, e matar 450 profetas de Baal.

"Quando Acabe contou à Rainha Jezabel o que Elias havia feito, e que ele havia matado os profetas de Baal, ela enviou a seguinte mensagem a Elias: ‘Você matou os meus profetas e agora eu juro pelos deuses que vou mata-lo a estas horas amanhã à noite.
Assim sendo, Elias fugiu para salvar a sua vida: ele foi para Berseba, uma cidade de Judá e deixou o seu servo lá. Em seguida, ele prosseguiu sozinho para o deserto, viajando o dia todo, e sentou-se embaixo de um zimbro e orou pedindo a sua morte.
Já basta, disse ele ao Senhor. Tira a minha vida. Tenho que morrer algum dia e bem que poderia ser agora. "[2]

No caso de Elias, Deus não o matou, mas o arrebatou ao céu numa carruagem poucos dias depois.

Uma cousa temos por certo, que Deus não permite que soframos além das nossas forças. Deus sabe que o homem tem um limite.

Quando Deus viu que Jó não podia mais suportar o sofrimento, Ele retornou-o ao lugar da benção, e deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.

Paulo assim disse:

"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitira que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento de sorte que a possais suportar." [3]

Sim, há um preço a ser pago para ser um líder. “Se a preparação parecer difícil, lembre-se apenas que as pressões que acompanham uma liderança proeminente serão muito mais difíceis que o treinamento que o colocou nesta posição”, segundo Mahoney.

Sanders diz que:
"Se alguém não estiver preparado para pagar um alto preço, maior do que seus contemporâneos e colegas estejam dispostos a pagar, não deverá aspirar à liderança no trabalho de Deus. A verdadeira liderança exige custo elevado, a ser cobrado do líder e, quanto mais eficiente a liderança, maior o custo. "[4]

O preço da liderança é muito auto. É uma cruz que o líder carregará durante a caminhada. E nela será crucificado. Oswald Sanders fala de auto-sacrifício, uma parte do preço que o líder deve pagar diariamente.

Solidão é talvez um dos preços mais alto que se paga pela liderança. O destino do líder é o de um solitário. Jesus encontrou-se em muitas situações assim. Uma vez quando mal compreendido, porque as pessoas não mais suportavam seus ensinos. As pessoas queriam apenas comida e curas, que Jesus suprissem todas as necessidades delas. Quando solitário com os 12 apóstolos, ainda perguntou: “Quereis também vós outros retirar-vos?” [5]

Fadiga, crítica, rejeição, pressão e perplexidade, reação a opiniões contrárias, também são preços a pagar.
[1] Nm.11:11-15
[2] I Rs.19:1-4
[3] I Co.10:13.
[4] Oswaldo Sanders, Liderança Espiritual. São Paulo: Mundo Cristão, 1991. p. 103.
[5] Jo.6:67

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